Estou de férias... mais ou menos, porque tenho trabalhado muito mais nos últimos dias do que trabalhei nos últimos 12 meses. Mas confesso que esta primeira semana de "descanso" está sendo muito interessante.
Primeiro porque tenho aproveitado para colocar ordem no barraco. Inacreditável como a correria do dia-a-dia faz com que deixemos de lado algumas providências importantes, como organizar armários, por exemplo. Aquela arrumação geral e indispensável vai ficando sempre pra depois. Sim, eu deveria ter feito isso no final do ano passado, como um ritual de purificação. Devemos nos desfazer daquilo que não nos serve mais, abrir espaço para o novo e blá, blá, blá. Estou careca de conhecer a ladainha, mas acabei procrastinando este exercício.
Mas, com a saída da minha ajudante, a coisa chegou ao limite do suportável. Mesmo com alguém em casa para arrumar as coisas, nada melhor do que a própria dona do boteco para fazer direito essa árdua tarefa. E foi ótimo! Joguei fora toneladas de coisas inúteis, me desfiz de roupas que jamais voltarei a usar, limpei armários, lavei louças e me senti uns dez quilos mais leve.
Não bastasse essa trabalheira toda, trouxe meus dois sobrinhos, Larrisa, de 11 anos e Arthur Vinícius, 4 anos, para ficar aqui em casa. Por três dias, me senti uma mãezona de três filhos, algo inacreditável, tratando-se de Jacqueline Sudário. Embora cansativa, tem sido uma boa experiência. Tanto que eu deveria tê-los levado embora hoje, mas acabei optando por passar mais uma noite com eles.
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| Na hora do lanche, as "criaturas" - Pedro Nicholas, Larissa e Arthur |
Durante as férias escolares, minha cunhada não tem com quem deixar as crianças. Na verdade, ela tem uma filha adolescente em casa (a enteada do meu irmão), mas geralmente quem toma conta do irmão mais novo é a Larissa. Uma responsabilidade enorme para uma menina como ela. Aliás, ela é uma criança dotada de uma sensibilidade e uma maturidade impressionantes. Tem uma vida sofrida, pois a família desestruturada não oferece muitas condições de desenvolvimento. Com o Arthur também é assim, embora ele apresente um pouco mais de dificuldade em lidar com os problemas familiares. É um garoto retraído, arredio e que se irrita facilmente. Ambos são crianças adoráveis e dá uma vontade enorme de ficar com eles para sempre, oferecendo o mesmo amor e cuidado que dedico ao meu filho.
Falando nele, meu filho sente falta de outras crianças, gosta de interagir - aliás, tenho dito que ele é o verdadeiro "chefe da quadrilha", porque tem se mostrado um verdadeiro diabinho junto com os primos. Não deixa nada no lugar, é sempre o mais bagunceiro e não dá um pingo de sossego ao Arthur. Mesmo assim, essa aproximação entre eles está sendo maravilhosa, porque quero muito que eles convivam bem e sejam amigos.
A Larissa esteve conosco mais tempo, já ficou muitas vezes em minha casa, mas o Arthur é a primeira vez. O processo de adaptação não é fácil, porque é preciso cuidado na abordagem. Ontem fomos à festa de aniversário de um amigo e houve um pequeno contratempo entre meu sobrinho e meu esposo - que às vezes se comporta pior que uma criança - e acabamos indo embora pouco tempo depois de termos chegado. Quem tem filhos pequenos provavelmente já passou por alguma situação constrangedora e conseguirá me entender. Felizmente, o incidente não teve maiores consequências, mas uma boa conversa com meu adorado marido se faz necessária, em um momento oportuno.
Mas olha, de verdade, é delicioso estar cercada de crianças, ter a casa cheia de barulhos alegres, musiquinhas repetitivas, brinquedos espalhados e sorrisos, muitos sorrisos. Requer, sim, muita atenção, paciência e energia. Porém, a alegria de conviver com seres tão puros e amorosos purifica e rejuvenesce a alma.
E ainda há quem não goste de crianças. Se eu pudesse, teria uma dúzia de filhos, como no tempo de minha avó. Tá bom, não vamos exagerar tanto assim! Ter um filho e dois sobrinhos lindos já está de bom tamanho.
Para terminar, compartilho um dos vídeos preferidos do trio... não aguento mais ouvir essa musiquinha!!!!
